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Minha experiência com a Logoterapia de Viktor Frankl


Para iniciar este breve relato sobre a minha experiência com a logoterapia, acredito que seja significativo relatar que meu perfil até pouco tempo era de um médico com doutorado e pós doutorado na USP, envolvido com vários projetos de pesquisa , congressos no exterior e de forma quase automática dominado por um pensamento predominantemente racional e lógico.

Apesar de ter alcançado sucesso e reconhecimento profissional, senti que na verdade não tinha encontrado nada que me desse paz de espírito, felicidade e liberdade.

Escravo de minha profissão e do reconhecimento dos outros, navegava por um mar que certamente estava me levando ao naufrágio existencial.

Fui tomado então por uma crise de angústia e foi o momento que serviu como divisor de águas na minha vida. Nesta época tive meu encontro pessoal com Deus (metanoia ou a conversão do coração) e sem dúvida a angústia (a sensação do nada) foi essencial para este acontecimento. Quando eu achava que eu era tudo encontrei o nada e quando eu descobri que eu era nada, foi que encontrei o tudo. Porque é no nada que Deus se revela, é no nada que estamos nus sem nossas ilusões e é no nada que sobrou só o si mesmo.

Esta transformação pessoal, como se tivesse caído um raio, foi o meu despertar, o véu do mundo caiu na minha frente e passei a enxergar tudo e todos com “olhos de Deus”.

Após esta revolução acabei fazendo faculdade e pós-graduação em teologia, devido a fome e sede de Deus que tinha me dominado, um apetite que só vem aumentando com esta peregrinação.

Descobri que o sentido da vida só encontramos em Deus e a partir deste meu encontro, uma sabedoria divina me foi revelada com um tipo de conhecimento denominado em grego de Ginosko , que consiste em um conhecimento de experiência , pessoal e íntimo ,diferentemente de Eido que é o conhecimento “estudado” sem ser pessoal.

Entretanto como conciliar este conhecimento “revelado” com o conhecimento científico? Este foi meu dilema de viver dentro do meio científico, mas ter descoberto uma sabedoria fora dos moldes do conhecimento empírico.

A logoterapia foi então a chave de conexão entre estes dois universos.

Viktor Frankl teve um insight genial ao “camuflar” para os cientistas a dimensão espiritual que ele chamou de noética e Deus que denominou como sentido supremo. Desta forma ele conseguiu infiltrar no meio científico este universo previamente considerado como campo de superstições.

A equação se fecha na introdução da principal lei física do universo que é o amor.

O amor não é um sentimento, pois o sentimento é efêmero, oscila em ondas, ninguém fica por exemplo o tempo todo rindo, por outro lado o amor é uma constante, não um simples sentimento, pois trata-se de uma substancia e que a temos por meio de participação, de um encontro, pois o amor é o próprio Deus.

Por ser o amor o próprio Deus entendemos que em tudo e em todos apresentam gotas desta substancia e a partir daí é possível olhar para o outro mesmo sendo um inimigo e enxergar que dentro dele há gotas deste amor ou seja do próprio Deus.

Este olhar me permitiu entender que é no outro que temos o amor e é por meio do outro que amaremos a nós mesmos.

Portanto com a logoterapia, fechei esta fórmula do casamento científico com a mística e a transcendência, culminando no alvo final que é o encontro do sentido supremo, o próprio Deus e após este encontro, passamos a navegar no universo de uma realidade chamada amor que é o mais poderoso remédio para a nossa cura emocional, um verdadeiro resgate para quem que foi capturado pela areia movediça do vazio existencial.

Rubens C Siqueira

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